domingo, 31 de julho de 2011

João Falcão - Pessoa Histórica da Bahia


Não me falhando a memória, em 1994 fui ao lançamento do livro “Giocondo Dias – a vida de um revolucionário”, na Academia de Letras da Bahia. Lá, na qualidade de "intrujão tentando ser discreto", com meus jeans surrados, invadi um círculo onde estavam uns cinco senhores engravatados juntamente com os seus ternos... Puxei conversa com o autor, João Falcão, que não conhecia. Falei sobre a experiencia e as impressões que o livro “O Partido Comunista que eu conheci”, deixaram em mim. Lembro-me de ter dito que o livro deveria ser utilizado por estudantes, os mais jovens precisavam ser apresentados a uma Cidade do Salvador, uma Bahia mais romântica e repleta de vida.

Tudo isto sob um olhar sério e atento do militante escritor. Confesso que estava incomodado com o silêncio daquele senhor, que apenas havia perguntado o meu nome... Procurava uma forma de sair dali e partir para a degustação do vinho branco e sequilhos que povoavam o salão... Em algum momento disse-lhe que precisava adquirir um exemplar do livro em questão, vez que não havia concluído a leitura por tratar-se de um empréstimo, tendo que devolver ao dono. João Falcão ouvia-me sério, sem esboçar muito sentimento, então, educadamente pediu licença a todos, retirando-se.

Meio sem ter o que fazer naquele meio de gente desconhecida afastei-me do grupo. Minutos depois chega João Falcão com o seu Giocondo Dias, autografado, já com o meu nome. Estava numa pendura miserável, disse-lhe que não poderia pagar. - Não precisa, é presente, disse. Entregou-me um cartão e pediu-me que anotasse o meu telefone e endereço. Nos dias atuais, seria o meu e-mail, mas naqueles dias, eu não sabia direito de que tratava a internet ou correio eletrônico, creio que até hoje não saiba com clareza.

Neste dia, Jorge Amado também se fazia presente, mostrava um ar de cansaço, havia saído de um período de internação hospitalar, mantinha certo afastamento do grupo e permaneceu quieto e silencioso. Assim, o autor de Capitães da Areia modificava os jardins da ALB, sentado em uma cadeira posta de improviso para que pudesse respirar ar mais puro. Tive muita vontade de aproximar-me, puxar assunto, mas hesitei... Deveria tê-lo feito, teria registrado a imagem para a posteridade, mesmo assim estou satisfeito com o aceno que trocamos.
Voltando ao João Falcão, passados uns dois meses, chega em casa pelos correios, um exemplar autografado de “O Partido Comunista que eu conheci”. Lógico que fiquei feliz!... Hoje não tenho nenhum dos dois exemplares, que despachei em empréstimos. Um deles emprestei a uma irmã, o outro a um colega que estudava história, ambos como qualquer ser vivo, algumas vezes tomam destino incerto. Refiro-me aos livros e as pessoas.

João Falcão faleceu em 27/07/2011, aos 92 anos de idade.

O que posso dizer mais: Valeu a Pena! Valeu Tudo!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Livro: Carta ao Presidente - Divulgação


... Vivo neste país desde o século anterior, neste decorrer de tempo, muita coisa mudou a nossa volta, quando nasci o Homem estava pisando a Lua, deixando sua marca na poeira e...
... Ouviu-se muito que em nosso tempo, hoje, muitas doenças estariam extirpadas, estando os tratamentos médicos extremamente...


Deseja continuar esta leitura?

Adquira o livro "Carta ao Presidente - O que deseja o brasileiro no séc. XXI" organizado pelo jornalista Carlos Souza, com a minha participação.

Publicado pela Scortecci Editora – São Paulo, tem a apresentação do professor Germano Machado. A obra é composta por 22 escritores, sendo eles Ildásio Tavares, Antonio Barreto, Valdeck Almeida de Jesus, Roberto Leal, Tássio Revelat, Luiz Carlos Santos Lopes, Leandro de Assis, Leandro Flores, Marilene Oliveira, Domingos Ailton, Caetano Barata, Altair Fonseca Ramos, Grigório Rocha, entre outros.

Na obra, os escritores, através de artigos, cartas, contos, crônicas e poesias, expõem suas idéias com relação aos problemas do Brasil e apontam soluções que poderiam ser adotadas com o intuito de melhorar a vida das pessoas. Os temas tratados são os mais diversos: educação, saúde, segurança pública, meio ambiente, corrupção, direito de voto, entre outros assuntos ligados às questões políticas e sociais.

Carta ao Presidente destina-se a todos os governantes: presidente, governadores, prefeitos, senadores, deputados, vereadores. Enfim, a todo poder constituído dessa nação. Mas não para por aí. Além do objetivo principal que é mostrar o citado acima, tem o de provocar o interesse do povo para as questões políticas de seu país.

Destaque importante no livro é a diversidade dos temas abordados, sectários ou não, cada autor apresenta o seu perfil ideológico e uma noção própria de Brasil, podendo-se afirmar que todo o conjunto, é um grande abraço democrático.

O livro foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo - 2010, em Salvador na Biblioteca Pública dos Barris. Tem sido apresentado em diversos outros eventos literários pelo país.

Preço: R$ 20,00
Comprar ou se informar
(75) 9116 8620 (Tim)

Participe da 2ª Edição
Inscrições até 31/07/11
Informações: «««» Carlos Souza «»»» 
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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Independência e Ética

“O mal de quase todos nós é que
preferimos ser arruinados pelo
elogio a ser salvos pela crítica."
Norman Vincent
  

eterminado senador, top no twitter, perguntou o que as pessoas achavam de o mandato do vereador ser voluntário, todo tipo de opinião foi apresentada pelos que interagiam, porém, a maioria optou contra o voluntarismo. Um cidadão comentou que era muita hipocrisia, um senador com salário lesivo a sociedade, pago pelo povo brasileiro, tendo votado o aumento do próprio salário, fazer tal sugestão. Em resposta o senador disse que a pergunta não merecia ofensa, obtendo como contra resposta, a afirmativa de que a questão fora aberta em ambiente público. Ou seja, democraticamente ele deveria aceitar a opinião do internauta.

O tema é paradoxal, o debate termina por levar-nos sempre ao mesmo lugar. Concordo plenamente com o “tuiteiro”, caso o trabalho fosse voluntário, estaria o senador pulando de gabinetes, mandato a mandato? O próprio senador, apoiado por outros internautas, justificava que uma câmara municipal com pessoas voluntárias, funcionaria melhor, pois estariam lá, apenas indivíduos com real interesse em apoiar e atender as comunidades. Alguém ainda sugeriu, que tal medida deveria ser adotada em todo o país, para todos os níveis parlamentares.

Divagando um pouco mais, imaginem que alguns vereadores, quando se descobrem sem qualquer futuro político, começam a atirar francamente, utilizando a sua voz de denúncia e indignação, somente como ferramenta manipulativa. Manipulam o povo com a pele de cordeiro, ao mesmo tempo em que se expõem aos líderes locais. Com o objetivo único de serem cooptados e calados, cedendo apoio incondicional, em postura de cães de guarda. Alguns por míseros, outros por milionários favores. A ideologia é não sair do mandato de mãos abanando.

Outros poderiam ser promissores políticos de carreira, perdem a paciência corroída pela pressa e ganância, acabam por vender o intelecto e a postura de homem equilibrado, por fim enterram a pose de político ético, pela promessa de figurar em algum escalão maior. Nestes casos, só servem cargos de prestígio político, nada de atuar em escalões técnicos, pois não saberiam o que fazer, digamos então, vice-prefeito ou secretário de governo. Primeira-dama não, este posto é exclusivamente para esposa de prefeito.

Quando penso em voluntarismo, fico um tanto arrepiado, judas também foi voluntário. A maioria dos vereadores, acabam por obter ganhos muito maiores, no período de mandato do que se estivessem trabalhando em suas atividades profissionais, inclusive continuam a exercê-lás em paralelo.

Se, com tudo isto, aceitam “benefícios não-corporativos e bonificações extraoficiais”, para dar apoio velado a coronéis, imagino então se fossem voluntários, os cofres públicos seriam estourados a bombas, como fazem algumas quadrilhas.

Esta é a minha reflexão para o 2 de julho.
♫♫♫ Nasce o sol a 2 de julho... ♪♪♪ ...

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