domingo, 28 de março de 2010

MEU PAI, UM HOMEM DE FÉ

Para Almir Fonseca Ramos, que nesta data completaria 72 anos de idade. 28/03/1938 †28/05/1994

FELIZ ANIVERSÁRIO

Músicas:
Guerreiro Menino/Fagner
Marvin/Titãns
Como Nossos Pais/Elis Regina


Preciso falar sobre meu pai, figura marcante e marcada em minha vida, um homem sem igual, quixote tupiniquim, filho deste país, pessoa normal nascida no sertão nordestino.  Possuidor de uma chama sublime de um Ser Tao, sim uma pessoa zen, repleta de fé em muitos santos, São João, São José, São Sebastião, estes eram os principais, Anjo da Guarda sempre esteve presente num grande quadro adquirido em uma feira. Um homem de fé que representou muito bem a religiosidade do brasileiro comum, sendo católico batizado e devoto, foi também chefe de terreiro.

Papai sempre foi uma figura enigmática de um carisma forte, que nos confundia com as suas crenças, acreditava no militarismo, era fã de Getúlio Vargas pela verve trabalhista e populista, o que gerou muita discussão dentro de casa, quando eu falava que a Previdência e o FGTS com o tempo se estagnariam. Fui taxado de “burro”, passei a ser um filho ruim, por defender que no Rio de Janeiro, não cabia uma capital federal, coisa que pouco importava, até mesmo porque Brasília já existia há mais de vinte anos. Tínhamos opiniões divergentes.

Jorge Amado e Lamarca não mereciam comentários, citava sempre Carlos Lacerda e Assis Chateaubriand. De alguma forma identificava-se com os anos de chumbo e os governos militares, sem jamais se sentir reprimido. Vivia a própria vida e acreditava que o país estava sempre em crescimento, fez parte da Arena – Aliança Renovadora Nacional, partido hoje dividido em diversas outras siglas. Atuou como secretário na associação de moradores do bairro onde crescemos na cidade de São Paulo.
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